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Um bando em êxtase: Timão empata clássico e conquista o título brasileiro

Em jogo de quatro expulsões e briga entre os jogadores, Corinthians fica no 0 a 0 contra Palmeiras, no Pacaembu, e sagra-se campeão pela quinta vez

Em um campeonato marcado pelo equilíbrio técnico, venceu quem foi mais regular. Líder em 27 das 38 rodadas, o Corinthians teve de esperar até o último jogo para celebrar seu quinto título brasileiro. A festa em um Pacaembu lotado só veio depois do sofrimento que a Fiel tanto aprendeu a saborear ao longo de 101 anos de história. Com o arquirrival Palmeiras disposto a estragar qualquer comemoração, o Timão lutou para superar o nervosismo, empatar por 0 a 0 e voltar a ser campeão nacional depois de seis anos. No fim do clássico, uma briga generalizada entre os jogadores após Jorge Henrique dar um chute no vácuo, marca registrada de Valdivia.  João Vítor, do Verdão, e Leandro Castán, do Corinthians, foram expulsos, juntando-se a Valdivia (Palmeiras) e Wallace (Corinthians), que receberam vermelho durante a partida.
O sofrimento do Corinthians, porém, acabou antes do apito final. No Rio, o Vasco não passou de um empate por 1 a 1 contra o Flamengo, no Engenhão, e ficou com o vice-campeonato. Como a partida no Rio acabou antes, a Fiel explodiu minutos antes de o jogo acabar no Pacaembu. O Timão encerra o Brasileirão com 71 pontos contra 69 dos cariocas. Já o Palmeiras fica com 50, em 11º, classificado para a Copa Sul-Americana.

Willian, do Corinthians, disputa com Gerley, do Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com)


O domingo, porém, começou triste para os corintianos. O ídolo Sócrates, de 57 anos, morreu durante a madrugada, em São Paulo, vítima de um choque séptico. O ex-jogador foi homenageado pelo Timão antes da partida no Pacaembu com uma faixa colocada no gramado com uma frase dita pelo craque: "O Corinthians não é um time e uma torcida. É um estado de espírito". Crianças formaram o número 8 no campo e receberam a equipe com o braço direito levantado e o punho fechado, comemoração característica do "Doutor" em suas comemorações. O gesto foi repetido pelos titulares corintianos durante um minuto de silêncio.

Atletas de Corintians e Palmeiras homenageiam
Sócrates (Foto: Léo Pinheiro/Agência Estado)
Os números da campanha corintiana são incontestáveis. Além de ter liderado o torneio por mais tempo, a equipe obteve também a melhor série de resultados na história dos pontos corridos: nove vitórias e um empate nas dez primeiras rodadas. Nem mesmo a crise que viveu no segundo turno foi capaz de atrapalhá-lo. O Timão nunca esteve abaixo do quinto lugar e foi quem obteve o o maior número de triunfos (21) e a defesa menos vazada entre os 20 participantes (36 gols). Foram 71 pontos - 62,3% de aproveitamento.
Com a conquista, o Corinthians iguala-se ao Flamengo em número de títulos brasileiros, todos na “era moderna” da competição. Os clubes com as maiores torcidas do país estão abaixo apenas de São Paulo, com seis, e de Palmeiras e Santos, com oito, ambos beneficiados com a unificação dos extintos Torneio Roberto Gomes Pedrosa e Taça Brasil.
Vencer o principal torneio do país tem um sabor especial para Tite. Depois de balançar no cargo em alguns momentos da temporada, o maior título da carreira faz o treinador afastar a desconfiança de uma ala da torcida e assegura a permanência dele em 2012. A missão agora volta a ser acabar com o eterno desejo alvinegro de conquistar a Taça Libertadores.
Quem também se fortalece é o presidente Andrés Sanches, novo chefe de Seleções da CBF. Em um mandato caracterizado pelo aumento de receitas e por contratações badaladas, como Ronaldo, Roberto Carlos e Adriano, o dirigente obtém seu maior triunfo no campo, fechando um clico considerado de "redenção" pelos dirigentes – sob a gestão dele, o clube venceu também a Copa do Brasil e o Paulistão de 2009. Ele se afasta do cargo no dia 15 de dezembro, mas deixa seu grupo ainda mais fortalecido para vencer as eleições de fevereiro. Mário Gobbi Filho é o candidato da situação.

Liedson e Henrique em disputa de bola
Foto: Marcos Ribolli/GLOBOESPORTE.COM)
Corinthians joga mal; Palmeiras domina
A empolgação dos mais de 34 mil corintianos que lotaram o Pacaembu se transformou em nervosismo para o Timão. A pressão que a equipe tentou impor nos primeiros minutos não surtiu efeito diante de um Palmeiras bem posicionado e paciente. A velocidade aplicada pelos alvinegros foi controlada com faltas simples que impediram qualquer aproximação perigosa. Em cinco minutos, foram cinco infrações e nenhum trabalho para Deola.
A dificuldade em se aproximar da área, gradativamente, enervou o Corinthians. O excesso de passes errados no setor ofensivo deu ao Palmeiras a chance de controlar o jogo. Sem pressa, o time dirigido por Luiz Felipe Scolari apostou em lançamentos pelo alto para tentar surpreender os zagueiros Paulo André e Leandro Castán. Valdivia levou a melhor em boa parte dos lances contra o improvisado volante Wallace, mas ficou aquém do esperado na criação para Luan e Ricardo Bueno. Apenas Marcos Assunção assustou em cobranças de faltas.
Enquanto o Corinthians sofria para se acertar, o Vasco ficou em vantagem contra o Flamengo, no Engenhão, e manteve o sonho de levar a taça a São Januário. O sistema de som do Pacaembu, que vinha anunciando todos os outros resultados da última rodada, ignorou o gol de Diego Souza a pedido da direção corintiana. Os jogadores do Timão desceram aos vestiários sem saber a vantagem do rival na briga pelo título.
Antes de o primeiro tempo acabar, o Corinthians reclamou de um pênalti em lance duvidoso. Willian recebeu passe de Alessandro na área, recebeu um toque do joelho de Henrique e caiu ao trombar com Leandro Amaro. A bola sobrou para Liedson, que finalizou contra um marcador e perdeu boa chance. Os atletas ainda pressionaram o árbitro Wilson Luiz Seneme, que nada marcou.

Valdivia e Wallace expulsos
O Corinthians voltou para o segundo tempo outra vez tentando pressionar. Agora, contudo, teve a ajuda de alguém que poderia desequilibrar do outro lado. Logo aos três minutos, Valdivia cometeu falta violenta sobre Jorge Henrique e foi expulso. Sem o Mago, o Verdão teve problemas para deixar a defesa e acabou permitindo que o Timão segurasse a bola no campo de ataque. Para ajudar, Renato Abreu empatou para o Flamengo. Desta vez, o sistema de som do Pacaembu informou o resultado e colocou fogo na Fiel.
Apesar de melhorar seu desempenho e do incentivo das arquibancadas cada vez maior, o Timão seguiu com problemas para passar pela defesa adversária. Alex foi bem marcado por Márcio Araújo e não conseguiu acionar Liedson.  O Palmeiras só respondia nas faltas com Marcos Assunção. Em uma delas, quase voltou a dar esperança ao Vasco. Fernandão desviou de cabeça e carimbou a trave.
O drama corintiano reapareceu dois minutos mais tarde, quando Wallace cometeu falta violenta em Maikon Leite e também foi expulso. O Verdão chegou a marcar, com Henrique, mas a arbitragem marcava impedimento de Fernandão no início da jogada. Por um instante, o silêncio tomou conta da parte alvinegra do Pacaembu.
A partir dos 40 minutos, perder o título parecia impossível. A festa começou aos poucos nas arquibancadas. Em campo, muita confusão. Jorge Henrique deu o famoso "chute no vácuo", criado por Valdivia, e deu início a um tumulto com João Vitor, que acabou expulso. Outros jogadores foram até a linha de fundo e a briga se generalizou. Tite e o trio de arbitragem tentaram apartar. Com o problema resolvido e o fim do jogo entre Vasco e Flamengo, o Pacaembu explodiu no coro de campeão.

 Fonte: G1

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