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Policiais da DATA transferem indiciado por tráfico de pessoas para Belém

Policiais civis da Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA) transferiram, nesta quinta-feira, 3, de Brasília (DF) para Belém, o travesti Josiel Paulista Vieira, 30 anos, nome de guerra Érika, indiciado no Pará por crime de tráfico interno de pessoas. Ele foi preso no mês passado em Anápolis, em Goiás, por crime de rufianismo (tirar proveito financeiro da prostituição). Nascido em Buriti Bravo, interior do Maranhão, Josiel foi denunciado, em Belém, por um adolescente de 17 anos que o acusa de levar pessoas para Goiás com objetivo de exploração sexual. Ele é investigado sob suspeita de integrar uma rede responsável em promover o tráfico de pessoas para exploração sexual.
O crime foi denunciado em setembro do ano passado ao Conselho Tutelar 7, situado no bairro do Benguí, por um adolescente que teria fugido de uma casa de prostituição no interior de Goiás. O conselheiro tutelar Fernando Sampaio, que recebeu a denúncia, explicou que familiares do adolescente procuraram o órgão para denunciar que havia 15 pessoas, entre paraenses e maranhenses, em uma casa de prostituição, em Anápolis. A informação passou a ser investigada pela equipe da DATA que passou a manter troca de informações com a Polícia de Goiás. Segundo a delegada Christiane Lobato, diretora da DATA, já há duas pessoas identificadas envolvidos no esquema de aliciamento para prostituição. Os nomes ainda serão mantidos sob sigilo em função do andamento das investigações.
Ainda, conforme a policial civil, Érika tem passagens pela Polícia Federal em Goiás, nos anos de 2006 e 2007, por crime de tráfico internacional de pessoas. O Pará é um dos nove Estados brasileiros que tem um Núcleo Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo sob coordenação da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). O coordenador estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo, da Sejudh, Murilo Sales, explica que, desde 2007, há um trabalho preventivo para combate à rota do tráfico de pessoas que vai do Pará para o Suriname e Guiana Francesa. Atualmente, explicou Sales, “nos deparamos com o tráfico interestadual de pessoas do Pará para São Paulo e Anápolis, em Goiás”. Ele explica que a rota do Pará para Anápolis, em Goiás, foi descoberta recentemente.
De acordo com a delegada, o Pará será pioneiro no Brasil na criação de uma Delegacia de Combate ao Tráfico de Pessoas (DCTP) que será criada após a implantação da Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAV). A unidade policial (DCTP) será subordinada à Divisão Especializada de Combate aos Crimes Discriminatórios (DECD). Josiel Paulista Vieira conta que fugiu para o Estado de Goiás por volta dos 18 anos de idade. Na época, trabalhava com a mãe, no interior do Maranhão, em um restaurante de beira de estrada. Ele afirma que conheceu, na ocasião, um caminhoneiro que lhe deu carona até Goiânia para ir em busca de “uma vida melhor” por meio da prostituição. Depois de alguns anos, Josiel conheceu um espanhol, que foi seu cliente de programa sexual em Goiânia.
O estrangeiro o teria convidado para viajar para Madri, capital do país. “Fique lá por dois anos e seis meses, o tempo em que terminava de pagar um lote de terra em Anápolis, onde iria construir uma casa que iria usar como hospedagem para receber travestis que não tinham onde ficar em Goiás”, explicou, ao detalhar que o local era uma espécie de república, onde cada travesti pagava de aluguel R$ 150 por mês para poder comer e dormir. Segundo ele, a denúncia feito à Polícia seria um ato de vingança, por parte do adolescente, pelo fato de o mesmo ter sido expulso da hospedagem por Josiel após dez dias de permanência do rapaz no local. O fato teria ocorrido há cerca de um ano. O indiciado alega que descobriu que o jovem teria furtado dois telefones celulares de clientes que foram se queixar com Josiel. Ainda, de acordo com o acusado, os travestis não faziam programas sexuais na hospedagem, mas nas ruas. Ainda, segundo o indiciado, atualmente nove travestis permaneciam hospedados no local, dos quais, quatro deles vindos do Pará.

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