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Pará tem as cidades brasileiras mais violentas
'Temos povoados, como Cruzeiro do Sul, que ficam a 200 quilômetros da área. Na época da chuva, leva-se quase um dia para chegar lá de carro', diz o capitão Kojak Antônio da Silva Santos, que assumiu o policiamento da cidade em julho, após a divulgação do Mapa da Violência.
‘Não conseguimos mais dormir, ficamos doentes. Isso não é vida. A qualquer hora pode chegar alguém aqui, em uma moto, dar um tiro e depois some. São sempre assim os casos', afirma Francisca. ‘Aqui neste lugar, falta tudo.
Além da violência, não tem emprego, não tem saúde. Se a pessoa não tem o que fazer, vai para a criminalidade. A gente vai votar no ‘sim’ à separação. Acha que, se criar o Carajás, as coisas vão melhorar. O dinheiro vai ficar aqui nas nossas terras', diz o pescador José Francisco da Silva, de 41 anos. Segundo o delegado Vinicius Cardoso das Neves, que responde pela cidade, a maioria dos assassinatos não está mais ligada a brigas latifundiárias, como nas décadas de 80 e 90.
Hoje, o tráfico de drogas é o fator que gera preocupação e assassinatos na cidade, principalmente no bairro Caveirinha, próximo ao cemitério local. Outra motivação são dívidas ou motivos fúteis, como traição.
'Prendemos recentemente um homem que matou uma mulher a facadas após ter relações com ela, e também um adolescente de 17 anos que matou a tijoladas outro colega por causa de drogas', afirma.