Igreja lança Campanha da Fraternidade 2012

Na virada para os primeiros dias no ano de 2012, um dos maiores temores da população de Belém precisou de medidas específicas para ser evitado. Na iminência de um ano novo sem atendimento nos hospitais de referência do serviço de saúde pública, precisou ser firmado um acordo entre médicos e o Estado para que não faltasse acolhida, principalmente nos prontos socorros da capital. Agora, aproveitando o susto, a igreja católica aborda o assunto da saúde pública em sua Campanha da Fraternidade. Lançada ontem, na Cúria Metropolitana de Belém, a campanha tem como tema “Fraternidade e saúde pública”.

De acordo com o arcebispo metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira, o assunto foi escolhido pelo conselho permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, pelo grau de urgência na sociedade atual. “Esse é um tema que entendo ser um anseio da própria população, principalmente dos mais carentes”.

Segundo ele, além do seu posicionamento orientador, a campanha tem o objetivo de resultar em mudanças práticas de posicionamentos e atitudes. “A campanha tem propostas bem práticas. Maior representação da ação da igreja no campo da saúde pública, o complexo de atendimento de saúde que funciona em Marituba receberá a arrecadação do período da Quaresma. A parte que cabe à arquidiocese será destinada principalmente aos ex-hansenianos, em Marituba”.

Como exemplo dos resultados práticos que já puderam ser observados a partir da escolha do tema, o arcebispo destacou o seminário realizado em janeiro e que reuniu representantes dos governos estadual e municipal. “A campanha tem trazido resultados de atitudes mais irmãs e fraternas. O seminário teve representantes do governo, o que já representa algo muito positivo”.

De acordo com o coordenador de pastoral da Arquidiocese de Belém, Raimundo Posidônio, a igreja católica espera ainda que pastorais de saúde sejam implantadas em toda a arquidiocese de Belém. “Pretendemos criar uma pastoral da saúde onde não exista. A partir dessa abertura, as paróquias serão responsáveis por fazer com que esse assunto seja discutido e debatido”, explicou. “Há uma pesquisa nacional que aponta que a maior preocupação do brasileiro é com a saúde e, especificamente, com o não atendimento. Temos representação da arquidiocese nos conselhos de saúde, é a voz da igreja sobre esse assunto”.