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Dote diz que não mandou matar delegado Eder Mauro

Sem visitas ou qualquer contato com pessoas é nessa situação de regime de segurança máxima que encontra-se Jociclay Braga Moura, 28, “o Dote”, no Centro de Recuperação Penitenciário (CRPIII), desde o último sábado (14) quando mais uma vez retornou a Belém na condição de preso de justiça.
“Dote” já foi condenado pela justiça do Pará em 9 anos e seis meses pelo crime de tráfico de droga, desde 2010 ele estava foragido. Na última sexta-feira 13, “Dote” foi preso ao sair de um condomínio de luxo, na cidade de Fortaleza, quando participava do aniversário de um de seus filhos.
De acordo com o delegado Eder Mauro, uma equipe do grupo de inteligência da Polícia Civil estava na capital Cearense monitorando os passos do traficante. Após a prisão, o delegado juntamente com investigadores se deslocou para Fortaleza para buscar “Dote”.
Já a caminho de Belém, “Dote” ficou sentado ao lado do delegado Eder Mauro, no avião do governo do estado, onde durante os primeiros minutos se manteve calado, mas logo deu início a uma conversa pedindo para mudar a posição das algemas. “Ele estava sentado com as mãos para trás, mas ele pediu para mudar de posição, pois estava sentido dores nos braços, aí eu algemei as mãos dele para a frente”, disse o delegado.
Já em uma posição mais confortável, Jociclay deu início a um diálogo com o delegado. “A primeira coisa que ele falou foi que ele jamais teria encomendado a minha morte, assim como da última vez que nós prendemos ele falou a mesma coisa”, disse Eder Mauro. “Ele disse que não tem intenção nenhuma de mandar me matar, que não tem ódio de mim, e as pessoas que inventam muito, que inclusive, falaram para ele é que eu queria matá-lo, mas aí eu perguntei para ele: tu estás morto? Ele respondeu: não, aí eu disse, então pronto”, descreveu o delegado a respeito dos trechos da conversa.
Outro fato curioso relatado pelo delegado foi durante a prisão do traficante, “na hora que ele foi abordado pela equipe, ele teve a habilidade de em 10 segundos tirar o chip dele de dentro do telefone celular e engolir, isso tudo para que a gente tenha dificuldade de rastrear”, completou o delegado.
Sobre esse meio de comunicação, Jociclay é muito bem instruído o chip de seus telefones celulares são praticamente descartáveis. “Acredito que de três em três dias ele troque de chip e ele jamais faz negócio pelo celular”, acrescentou Eder Mauro.


SONHO

Pela terceira vez preso, o delegado tem esperança de que “Dote” de uma vez por toda pague pelo crime que cometeu no estado. “Ele age em vários estados do Brasil, mas acredito que aqui nós somos os maiores prejudicados, ele é responsável por essa disseminação do tráfico aqui”, declarou Eder Mauro.
Para que a justiça fosse feita por completa, Eder Mauro diz que era necessário que o poder público se unisse para que fosse confiscado todos os bens do traficante. “Na minha opinião deveria ser feita uma varredura dos bens que ele adquiriu por conta do tráfico e fosse usado em centros de recuperação de viciados”, opinou o delegado.  (Diário do Pará)

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