• Clique Aqui
  • Clique Aqui

,

Cultura brasileira e artistas paraenses em festa


Cultura brasileira e artistas paraenses em festa (Foto: Roberto Stucker Filho/Divulgação)Na manhã de ontem o celeiro político do país acordou com os holofotes voltados para a pluralidade da cultura brasileira. Em pleno Planalto Central, a presidente Dilma Rousseff concedeu condecorações a 41 personalidades sob a insígnia da Ordem do Mérito Cultural, considerada a maior homenagemnacional para artistas, pensadores e produtores culturais.
Durante a cerimônia, a presidente Dilma ressaltou que o Brasil precisa reconhecer as riquezas imateriais que fazem da nação um caldeirão de expressões artísticas e culturais. “É um momento emocionante. Acredito que estamos aqui participando de uma celebração importante do Brasil. O país não pode ser só as necessidades materiais. O país se mobiliza por nossas crenças, nossa arte, nossa cultura”.

  Em meio aos condecorados que se emocionaram com a premiação de ontem, que contou com nomes como Elba Ramalho e Alceu Valença, era possível reconhecer o sotaque paraense na boca de dois homenageados. Duas figuras que fazem parte da construção do Pará, uma emprestando o seu olhar sensível e, a outra, a força de sua voz.

Sob as bênçãos do Rei do Baião

Miguel Chikaoka fotografa há mais de trinta anos. Chegou ao Pará no início da década de 1980, quando descobriu na fotografia um importante instrumento social, tendo participado de movimentos políticos e culturais emergentes na região. Desde então, usou a caixa preta para se expressar com uma sutil inteligência. Entre seus feitos, destaca-se a criação da Associação Fotoativa, espaço de democratização da fotografia reconhecido em todo o país.

Nesse caminho de descobertas, Chikaoka subverteu conceitos e descobriu uma maneira única de se utilizar do seu talento. E foi este caminho, junto com a excelência estética de seu trabalho, que o levaram ao reconhecimento nacional. “Sempre estive me questionando nesse sentido: nós evoluímos, o mundo evoluiu, a ciência evolui, traz benefícios, mas que benefícios são esses e quem usufrui deles? E, lá pelas tantas, do ponto de vista mais prático, eu percebi que estava sendo absorvido pelo projeto de desenvolvimento de uma sociedade com o qual eu não compactuava”, revela. “Na primeira exposição da qual participei, ainda em 1978, acabei selecionando umas fotos bem nessa linha de estranhamento, de um mundo não tão feliz assim, onde há excluídos, solidão. E tive logo uma resposta, porque muita gente escreveu, elogiou e falou o que tinha sentido em relação ao que apresentei naquele momento. E isso me deu uma alegria muito grande porque eu estava podendo me comunicar através de outra linguagem, de uma fala que não era a palavra em si”, conta.

Se Chikaoka lança um olhar particular sobre a região amazônica e a reverbera pelo país por meio da fotografia, Fafá de Belém o faz pelo canto que ecoa aos mais desavisados ouvidos. Depois de 38 anos de carreira e um sucesso estrondoso que começou no final de70 e se perdura até hoje.

  A cantora, que carrega o orgulho da origem no nome, é um dos ícones mais consagrados da cultura paraense. São mais de vinte discos lançados na carreira, além de participações no cinema e na TV. Dona de uma risada inigualável, mesmo depois de tanto chão percorrido, uma homenagem como a realizada ontem em Brasília ainda é capaz de fazer a artista se emocionar. E muito. 

“É um contexto incrível. Você receber uma premiação das mãos da presidente da república, em um ano em que Luiz Gonzaga é o grande homenageado mexe demais com qualquer um. Principalmente para mim, que reconheço no Rei do Baião um homem que canta as lamúrias de um povo sofrido, assim como eu sempre busquei na minha carreira. Esse prêmio vai para todo mundo que me apoiou em todos estes anos. Os músicos, os amigos e, claro, principalmente ao povo simples do meu Estado, que me trouxe até aqui”, diz emocionada a cantora.


Confira alguns condecorados

Classe Grã-Cruz:

Jorge Amado, in memoriam

Amácio Mazzaropi, in memoriam

Hebe Camargo, in memoriam

Herivelto Martins, in memoriam

Classe Comendador:

Aguinaldo Silva

Alceu Valença

Elba Ramalho

Fafá de Belém

Ismail Xavier

Marieta Severo

Silvio Santos

Classe Cavaleiro:

Humberto Piva Campana e Fernando Piva Campana (Irmãos Campana)

Martha Medeiros

Miguel Chikaoka

Regina Casé

Sem Grau de Classe:

Associação Carnavalesca Bloco Afro Olodum

Museu de Valores do Banco Central (Banco Central do Brasil)

Escola de Dança e Integração Social Para Criança e Adolescente (EDISCA)

Fundação Municipal de Artes de Montenegro (FUNDARTE)

Museu Histórico Nacional – (Instituto Brasileiro de Museus)

Movimento Gay de Minas e

Orquestra Popular da Bomba do Hemetrério


(Diário do Pará, com informações do Ministério da Cultura)

Criado em © 2011
Desenvolvido por. Bruno Tavares | brunoperfectt@live.com

Twitter