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Polícia Civil desarticula bando responsável por nova modalidade de crime tecnológico





Uma prática criminosa até então desconhecida no Brasil foi desarticulada, nesta segunda-feira, 18, pela Polícia Civil  do Pará. Cinco pessoas – quatro homens e uma mulher – foram presos, em Belém, por envolvimento em uma quadrilha responsável por uma nova modalidade de furto de dinheiro de caixas eletrônicos, que teve como alvo agências bancárias, em cinco Estados brasileiros, com uso de recursos tecnológicos. Eles obtinham a senha que abrir os compartimentos dos caixas e conseguiam retirar o dinheiro.
Apenas na capital do Rio de Janeiro, a ação criminosa rendeu para o bando mais de meio milhão de reais. Os presos - Marco Antônio Silveira Félix, de apelido “Gordo”, líder do grupo; a namorada dele, Heury Meury Sousa dos Santos; Rechalbe Rodrigues Martins; Luiz Felipe Silva de Jesus e Moisés Silva do Nascimento – foram presos, por volta de 12h30, desta segunda-feira, no interior de um hotel de luxo, na Avenida Braz de Aguiar, bairro de Nazaré, centro da capital. Com eles, foram encontrados diversos objetos tecnológicos usados na prática de abertura de caixas eletrônicos visando a subtração de dinheiro. Dos acusados, a mulher é paranse, mas mora em Recife (PE), há cinco anos, onde conheceu Marco Antônio. Os demais presos são paulistas.
A apresentação dos presos foi presidida pelo delegado-geral da Polícia Civil, Rilmar Firmino, e pelo delegado João Bosco Rodrigues, diretor de Polícia Especializada. As investigações foram realizadas pela equipe da DRCT (Delegacia de Repressão a Crimes Tecnológicos), sob comando da delegada Beatriz Silveira, e apoio operacional coordenado pelos delegados Samuelson Igaki e Marcos Miléo. Eles são apontados como integrantes de uma quadrilha interestadual responsável por furtos de valores em caixas eletrônicos, na modalidade de abertura de caixa eletrônico. Usando a senha de colaboradores da instituição financeira, eles entravam na área dos caixas eletrônicos, onde, para não serem identificados pelo sistema de alarme, acessavam a parte de trás do caixa eletrônico usando uma manta térmica, pois o utensílio não é detectado pelos sensores dos alarmes do banco. Ali, os bandidos instalavam um dispositivo conhecido popularmente como “chupa-cabras”, no “dial” onde é digitada a senha do funcionário para abrir o caixa eletrônico. Após a instalação do equipamento, com um computador portátil, os golpistas capturavam a senha digitada pelo funcionário para abrir o caixa. Depois, à noite, os criminosos retornavam e acessavam a parte de trás do caixa eletrônico. Com a senha capturada pelo artefato, os golpistas abriam os caixas eletrônicos e furtavam o dinheiro ali existente.
Imagens da ação do bando

Nas investigações, a equipe policial da DRCT recebeu diversas fotos do circuito de câmeras de segurança de instituições bancárias mostrando a atuação do bando nos Estados de Alagoas, Pernambuco, São Paulo, Ceará e Rio de Janeiro. Apenas na capital carioca, foram substraídos R$ 540 mil. Com base nas informações, a delegada Beatriz Silveira, titular da DRCT, representou  com os pedidos de mandados de prisão temporária e de busca e apreensão dos acusados, cujas ordens judiciais foram expedidas pelo juiz de Direito, Pedro Sotero, da 1ª Vara de Inquéritos Policiais e Medidas Cautelares, do TJ do Pará.
Para cumprir os mandados judiciais, nesta segunda-feira, a equipe da DRCT contou com apoio de policiais civis do GPE (Grupo de Pronto-Emprego), para localizar o bando hospedado em um hotel de luxo, em Belém. Durante as investigações, a DRCT acompanhou a movimentação da quadrilha na capital paraense, onde os criminosos percorreram diversas agências bancárias, provavelmente, para cometer o crime. “Eles foram presos antes de cometer novamente os crimes em Belém”, salientou a delegada.
Com os presos, foram apreendidos dois aparelhos conhecidos como “chupa-cabras”, formados por teclado numérico do cofre do caixa eletrônico em formato de cilindro usado para capturar a senha; uma manta metálica usada para burlar o sistema de alarme e infravermelho dos bancos; um transmissor tipo “bluetooth” com antena de longo alcance; três computadores portáteis, dos tipos “notebook” e dois “netbooks”; dois rolos de fita dupla face usados para colar os “chupa-cabras” nos caixas eletrônicos e ferramentas como serra de metal, alicate, chaves de fenda, carregadores e fontes. Segundo o delegado-geral Rilmar Firmino, foi a primeira vez que tal prática criminosa foi registrada no Brasil. Ele ressalta que, para executar a atividade criminosa, é preciso ter um alto conhecimento técnico. Ainda, segundo a delegada Beatriz Silveira, Heury Meury atuava como a guia do bando em Belém. Com eles, um carro Gol foi apreendido. Os presos estão indiciados pelos crime de tentativa de furto mediante fraude, formação de quadrilha e falsa identidade.

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