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Gaby Amarantos conquistou o país com o tecnobrega

Quando o clipe de “Xirley” começou a ser divulgado no YouTube e em outras plataformas da internet, os mais atentos perceberam. Gaby Amarantos estava prestes a dar uma guinada significativa na carreira. Mais uma. A música é o cartão de visitas de “Treme”, o aguardado disco de estreia solo de Gaby. O disco promete dar razão ao título.
Gaby vive um momento especial. Recentemente Gaby assinou com a Som Livre, braço fonográfico da Rede Globo. Virou nome constante nos programas da emissora. Não dá para ignorar que a musa do tecnobrega, até pouco tempo atrás chamada de “Beyoncé do Pará”, é uma espécie de “bola da vez” da indústria musical pop no Brasil.
Fosse Gaby uma cantora “gringa” e se poderia dizer facilmente que ela é uma artista “crossover”, ou seja, conseguiu atravessar os cada vez menos restritos guetos musicais. Participa de programas populares como “Domingão do Faustão” e “Esquenta”, da Globo, e “Muito +” e “Agora é tarde”, da Band, mas também é atração de festivais pop alternativos como o Se Rasgum, Conexão Vivo, Recbeat e Sonar.
Nesse caldeirão sonoro obtém respeito e conhecimento de alas roqueiras, eletrônicas, da MPB pra dançar e do público de origem, os fãs de tecnobrega e similares. Não é pouca coisa.
Se fosse uma negra norte-americana também se poderia afirmar que o início da carreira foi gospel. Gaby cantou a primeira vez em um concurso de calouros na Paróquia de Santa Teresinha, no bairro do Jurunas. Tudo por conta do incentivo de um amigo. Como o prêmio era uma caixa de bombons Garoto, veio o lobby: se ganhasse distribuiria a premiação. Não deu outra.
Na mesma noite foi convidada a cantar no ministério de música da igreja. Em pouco tempo estaria formado o primeiro fã-clube não oficial. Gente acorria para ouvir a palavra de Deus, ou melhor, para ouvir o canto de uma de suas filhas. O sucesso clerical não agradou a um dos coordenadores do grupo e Gaby foi afastada.
Mas o destino não deu pontos sem nós. Das mágoas afogadas com sorvete na esquina, surgiu um convite para uma pequena canja com uns músicos amigos. Cantou Bethânia e Marisa Monte. A última música foi um brega. Sucesso na pista de salão improvisado. Surgiria assim a primeira banda de Gaby, a “Chibantes”.

CRÍTICA
E fez-se a luz para a cantora. Nos palcos de bares cantava a MPB tradicional. Mas de vez em quando incluía o que em Belém são chamados de “flash-bregas”, canções antigas do repertório brega dos anos 70 e 80. “As pessoas começavam a dançar”, lembra. Não demorou para inserir batidas eletrônicas ao brega tradicional. Surgiria assim outra banda, a “Tecnoshow”.
Mas entre os acordes nem tão dissonantes do som dos barzinhos ao inovador Tecnoshow, Gaby fez bailes de formatura, cantou em grupos de carimbó, arriscou em bandinhas de rock, axé e até como “puxadora” de escola de samba. “Eu nasci no Jurunas, um bairro periférico de Belém, onde se ouve tudo”, explica. “Cresci em contato com diversos ritmos musicais. Foi isso que me deu tanta diversidade”.
Essa diversidade tem agradado aos “críticos” musicais. De Nelson Motta a Hermano Vianna. De Pedro Alexandre Sanches a Carlos Eduardo Miranda, jornalistas musicais e produtores têm sido unânimes em afirmar que Gaby tem talento de sobra para brilhar no cenário musical brasileiro. Elogios se multiplicam e Gaby vai quebrando barreiras. “Ainda há preconceito, principalmente por parte de uma elite em Belém, mas isso já não me preocupa mais”, diz.
EUROPA
Aos 33 anos, quinze de carreira, Gaby sente o momento especial. Na Europa, DJs começam a tocar a música dela. Multiplicam-se os convites para tocar em festivais. Parcerias como a feita com Fernanda Takai, do Pato Fu, para o disco, se tornam comuns. Carlinhos Brown já acenou com a possibilidade de um trabalho juntos. Thalma de Freitas cedeu uma composição para o disco novo.
Nada mal para quem já trabalhou como telemarketing e começou cantando em igrejas católicas, passou pela fase dos bares e que descobriu no tecnobrega o motivo de continuar cantando. “Já cantei até em puteiros”, lembra. “O que eu quero agora é continuar quebrando paradigmas, vencendo preconceitos.” (Diário do Pará)

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