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Polícia Civil desvenda assassinato de adolescente no distrito de Mosqueiro

Coletiva a jornalistas

A Polícia Civil desvendou, em menos de uma semana, o assassinato do adolescente Patrick Botelho da Silva, de 16 anos, morto no último dia 21 no distrito de Mosqueiro, em Belém. Dois autores do crime já estão presos. Os acusados foram apresentados na manhã desta segunda-feira, 27, em entrevista coletiva a jornalistas, no auditório da Delegacia-Geral, na capital. Francisco Moura Junior, de 23 anos, conhecido por Junior, e Paulo José do Espírito Santo Costa, 18 anos, de apelido “Gam”, tiveram as prisões preventivas decretadas pela Comarca Judiciária de Mosqueiro. O crime foi motivado pelos ciúmes que Junior nutria da namorada que era muito amiga da vítima.
O assassinato foi premeditado e planejado por Junior que contou com ajuda do comparsa. Um terceiro envolvido no crime não teve o nome divulgado para não prejudicar as investigações, porém já está também com mandado de prisão judicial decretado. Participaram da entrevista coletiva o delegado-geral da Polícia Civil, Nilton Atayde; o delegado-geral adjunto, Rilmar Firmino; o diretor de Polícia Especializada, delegado João Bosco Junior; o diretor de Polícia Metropolitana, Roberto Teixeira; e os delegados Nilton Neves, da Seccional de Mosqueiro; e Cláudia Renata Guedes e Gilvandro Furtado, da Divisão de Homicídios.

Delegado-geral Nilton Atayde
O delegado-geral enalteceu, no início da entrevista, o trabalho de investigação realizado pelas equipes policiais da Divisão de Homicídios e da Seccional Urbana de Mosqueiro que se empenharam desde o momento em que o crime foi informado à Polícia Civil. “Foi um trabalho bem desenvolvido pela equipe policial”, frisou.
Aos jornalistas, ele explicou que a apuração do crime ainda não está concluída. “Surgiram inicialmente três nomes nas investigações. Falta um terceiro que ainda está sob investigação”, detalhou. Em decorrência do andamento das investigações, pelo fato de a vítima ser adolescente e ainda devido ao inquérito estar sob segredo de Justiça, Nilton Atayde frisou que alguns detalhes das investigações ainda não poderiam ser divulgados. O delegado-geral enfatizou que ainda não é possível afirmar se Patrick sofreu violência sexual. “Somente com o laudo pericial é que teremos essa informação”, explicou. Sobre as circunstâncias do crime, o delegado Nilton Neves, da Seccional de Mosqueiro, explicou que, no decorrer das investigações, os elementos de provas coletadas levaram à equipe policial envolvida na apuração do caso a ter a certeza de que a motivação do crime foi um ciúme doentio que Junior tinha de Patrick. O delegado apurou que “Gam” e Junior atuam como traficantes de drogas no distrito de Mosqueiro. Ainda no mês de janeiro deste ano, “Gam” contraiu uma dívida de R$ 2 mil com venda de drogas e não repassou o valor para Junior.

Francisco Junior e Paulo Costa
Para perdoar a dívida, informou o delegado, Junior convenceu o comparsa a participar de um plano com objetivo de matar o adolescente. “Gam”, que era conhecido da vítima, deveria atrair Patrick até um barraca situada na orla da Praia Grande de Mosqueiro, onde Junior os aguardaria para matar o rapaz. Conforme as investigações, Patrick e a namorada de Junior, cujo nome será mantido sob sigilo por se tratar de testemunha, eram muito amigos e frequentavam juntos a paróquia da comunidade. “Tudo foi premeditado”, reforçou Nilton Neves. No dia do crime, Paulo foi até a casa de Patrick e conversou com a vítima, convencendo-a a acompanhá-lo até o local do crime. Os dois caminharam da casa da vítima até a barraca. Em frente ao local estava o carro de Junior, um gol escuro. “Foi aí que a vítima viu o carro e ainda chegou a perguntar para Paulo José que carro era aquele”, explicou o delegado. O policial civil ressaltou que a vítima gravou na memória as três letras iniciais da placa, o modelo e a cor aproximada do veículo. 

REVELAÇÕES DA VÍTIMA AJUDARAM INVESTIGAÇÕES DO CRIME Essas informações foram reveladas por Patrick ao tio antes do rapaz falecer no hospital. “Essas informações foram fundamentais para que o crime fosse desvendado”, ratificou o delegado do distrito de Mosqueiro. Após “Gam” entrar com a vítima na barraca, Junior já estava no interior do local. Em seguida, a vítima teve as roupas rasgadas, foi esfaqueada, amordaçada e teve mãos e pés amarrados com as próprias vestes. Segundo versão apresentada em depoimento por “Gam”, o comparsa Junior seria o autor dos golpes de faca no corpo da vítima. Já Junior, por sua vez, nega o crime. O delegado Nilton Neves afirmou que a informação veiculada por jornais de que a vítima teria sido atropelada pelo carro, pois teria marcas de pneu no tórax, não procede. Sobre a terceira pessoa, o delegado informa apenas que estava no local do crime, mas não teceu detalhes sobre a participação dela no homicídio devido ao andamento das investigações. “Ela está identificada e com a prisão preventiva decretada pela Justiça”, afirmou.
Delegado Nilton Neves


Os delegados informaram ainda que os criminosos decidiram fugir do local do crime após ver os reflexos das luzes do giroflex (luminoso) de um carro de vigilância privada que trafegava perto da praia. “Eles ficaram com medo pensando que fosse a Polícia. Assim, resolveram abandonar a vítima”, explicou o delegado João Bosco Rodrigues, diretor de Polícia Especializada. Junior foi preso na manhã deste domingo, 26, quando dormia na casa da namorada, no bairro Maracajá, em Mosqueiro. Já Paulo José estava preso desde a noite de quinta-feira da semana passada, quando foi detido também em Mosqueiro, no bairro Maracajá. “Gam” já tem passagem pela Polícia por roubo. Já Junior, segundos relatos ouvidos durante o inquérito, tem um temperamento violento e costuma agredir fisicamente as namoradas. Também, conforme os policiais, Junior tem envolvimento com o tráfico de drogas em Mosqueiro. Os acusados permanecerão recolhidos no Sistema Penitenciário do Pará à disposição da Justiça.

INVESTIGAÇÕES Quatro unidades da Polícia Civil investigam em conjunto o assassinato de Patrick Botelho da Silva. São mais de 20 policiais civis, entre delegados, escrivães e investigadores, envolvidos na apuração do crime. Trabalham nas investigações policiais da Seccional Urbana de Mosqueiro; da Delegacia de Santa Bárbara, que é vinculada a Mosqueiro, e da Divisão de Homicídios (DH). As investigações iniciaram imediatamente logo após o crime ser comunicado à Seccional Urbana de Mosqueiro e à Polícia Militar. Até o momento, mais de dez pessoas foram ouvidas no inquérito policial na condição de testemunhas. São pessoas que podem trazer informações importantes para as investigações, que tramitam sob sigilo para evitar prejuízos ao trabalho policial.

 (ASCOM DA POLÍCIA CIVIL/PA)

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